quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Desenvolvimento sustentável: doação e resgate de valores


           Quem já não ouviu essa frase, você tem que aprender a se sustentar?
 Sustentar a família, dar o que comer, o que vestir, não deixar faltar o básico para a sobrevivência e  a dignidade. Sustentar tem haver com desenvolvimento sustentável?
 O conceito de desenvolvimento sustentável, segundo a Wikipédia( Relatória Brundtland 4), diz o seguinte:
“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.”“É o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.”Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Esse conceito que é o mesmo que está no Wikipédia, e é do WWF-Brasil, uma organização não-governamental brasileira dedicada à conservação da natureza.
         Portanto, se você leitor, for procurar, o conceito é esse mesmo. Na teoria muitos tem o conceito na ponta da língua. Mas então, porque, mesmo se falando tanto de desenvolvimento sustentável, parece que a teoria não sai do papel? O incrível é que tem pessoas que nem sabem o que foi a Rio-20, nem sequer tinham conhecimento que ela estava acontecendo. Num mundo onde a tecnologia permite acesso instantâneo às informações, as pessoas as vezes parecem tão alienadas! O que acontece?
         Com tanta dificuldade das pessoas aplicarem o desenvolvimento sustentável ou até entenderem o desenvolvimento sustentável, dá a entender que é uma coisa muito complicada. Mas a essência do desenvolvimento sustentável é simples, e antiga. Quando nossos avós, nossa mãe, nosso pai lá no interior das cidades, aproveitavam as cascas dos legumes para fazer um doce, remendavam ou costuravam pedaços das sobras de roupas coloridas e transformavam-nas numa bela manta artesanal, plantavam as próprias verduras livres de agrotóxico, reaproveitavam os móveis antigos da casa, entre outras ações sustentáveis. Naquela época já se falava em sustentabilidade, mas ainda não se tinha consciência, muitas dessas ações, eram para economizar, poupar gastos. Não se pensava que estava contribuindo com o equilíbrio da natureza. Mas tinha haver muito com os valores que os pais transmitiam para os filhos, o respeito pelo próximo, o contato com a natureza, os ensinamentos passados de gerações, o diálogo na família, o sentir, o estar junto, o aprender a se sustentar e uma das regras para isso, não desperdiçar, dar valor ao suor do trabalho, ser solidário e participar seja em casa ou fora dela, no clube, na igreja, na associação.
       Dessa forma, hoje, para que se consiga um resultado, a caminho da compreensão e prática do desenvolvimento sustentável, será preciso primeiro trabalhar as questões que dizem respeito ao ser humano, no olhar ao próximo, além de si mesmo, a entender que é preciso colocar o ser antes do ter e que sociedade significa grupo, reunião de ideias e pessoas, que não existe sociedade de uma pessoa. E também é preciso aplicar uma regra usada na economia, chamada custo x benefício.
      É preciso fazer uma análise, colocar os dois pesos na balança, e saber que qualidade de vida implica muitas vezes em abrir mão de uma parcela do ter, para dedicar um tempo a outras pessoas, que não você mesmo, para fazer e aplicar a sustentabilidade.  O retorno do ter, do custo pode ser menor para si mesmo, mas o beneficio humano, a satisfação pessoal e o retorno para o conjunto, o planeta, pode compensar a perda do custo.
    Torna-se complexo compreender tudo isso, porque muitas coisas se perderam na sociedade capitalista. Então entra a necessidade de investir na educação de um povo. É preciso sim, de um mínimo de escolaridade para se compreender essa complexidade e também um mínimo de sensibilidade, de valor pela própria vida e do próximo. Por isso a maior riqueza que um governante sério, honesto e comprometido deixa à seu povo é a educação, e a maior riqueza que um pai deixa para o filho e que o meu pai me deixou são os valores, o mais importante deles na minha concepção: aprender a sentir, estar em contato e respeitar a natureza, o meio ambiente e todo ser que habita nele. O ser humano que tem essa lição, vai ser tocado pela sensibilidade, vai aprender que é parte da natureza e vai saber respeitar cada ser vivo desse planeta, desde um animal, uma planta até uma criança, o seu vizinho, o porteiro do seu prédio, o deficiente visual, e trabalhará para sua evolução e a evolução da humanidade que vai além da riqueza material.
    Quero dizer duas coisas sem as quais toda essa teoria de sustentabilidade, não vai sair do papel: A sustentabilidade não acontece sem doação e será preciso sim um resgate ao passado, às atitudes que nossos avós tinham. C a humanidade irá pagar e já está pagando, com a própria vida, por todo o recurso natural esgotado pelo excesso de ambição material, de ganância e desrespeito que o homem está cometendo com o planeta.
   Agora é possível responder a pergunta que fiz no início desse texto, da relação entre sustentar e desenvolvimento sustentável. Se você percebe esta relação é possível que consiga viver de forma sustentável. Caso contrário você precisa rever o significado que está dando para sua vida!

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